Planta Implantação
Perfil A
Planta piso 1
Cortes

Alçado Sul
Alçado Poente
Orientador | Tutor: Arquitecto António Belém Lima
Memória Descritiva
A presente Memória Descritiva refere-se ao Projecto de ARQUITECTURA para o MUSEU DA RIA | AVEIRO, trabalho componente da Prova Final do Mestrado Integrado de Arquitectura | EUAC.
No Museu da Ria pretende-se museografar o trabalho de produção e exploração do sal e as actividades do Moliceiro, que foram relevantes no carácter e economia de Aveiro e região.
O Museu localiza-se nos terrenos da antiga Lota de Aveiro (agora desactivada), na Marinha da Troncalhada. Estes terrenos foram integrados no programa Polis Aveiro, para o qual o CEFA (Centro de Estudos da FAUP) elaborou um estudo de recuperação urbana.
Tomando o enquadramento do Polis, propus a implantação do Museu da Ria sobre o espaço previsto para a Estação Fluvial (antigo edifício da Lota) explorando a proximidade física das salinas em funcionamento (Marinha da Troncalhada) na margem contrária do Canal das Pirâmides e ainda da proximidade imediata com a Ria de Aveiro.
O terreno escolhido está localizado numa zona sensível, patente no enquadramento e nas plantas disponíveis na Câmara Municipal, onde se constata que o terreno para o Museu da Ria não faz parte da Reserva Ecológica Nacional, assim como não é um terreno com condicionantes. Pude verificar ainda que o terreno em questão, está inserido numa zona prevista para equipamentos.
O Museu da Ria tomará como conteúdos:
. o trabalho do sal, expondo os instrumentos (pás, ancinhos, canastras, etc.), vestuário, documentos, montículos, testemunhos, Mercantel, fotografias e outros.
. os Moliceiros e instrumentos da apanha do moliço (ancinho de arrastar, ancinho de apanhar, engaços, padiola, etc.), que são instrumentos decisivos na manutenção da Ria, no cultivo agrícola e como infra-estrutura económica.
. oficina de restauro/decoração de moliceiros, como actividade educativa do Museu.
A Marinha da Troncalhada foi adquirida pela Câmara Municipal de Aveiro em 1995, e está em funcionamento, para fins educativos e para que o processo do Sal não fique apenas na memória. Neste momento na Marinha da Troncalhada existe um Ecomuseu pequeno.
A única barreira entre o terreno escolhido e a Marinha é o Canal das Pirâmides, onde passam inúmeras vezes por dia, Moliceiros, Mercantéis e outros barcos, hoje com cariz turístico.
Assim, simultaneamente, o Museu da Ria insere-se na política-Polis, de requalificação/reutilização de zonas degradadas e de iminente valor paisagístico.
O Museu implantar-se-á paralelo á Ria, afirmando uma horizontalidade dominante, onde se evidenciam dois volumes-pirâmides fazendo alusão aos montes de sal. Esta imagem inequívoca, é reforçada pelo revestimento exterior em pedra cor preta. Vinca-se assim um contraste desejável com a envolvente dominada pelo branco das salinas, e associa-se-lhe um valor de monumentalidade.
A acessibilidade fácil desde o IP5/A25, que se desdobra nas entradas pela Marinha da Troncalhada e pelo Canal de São Roque, associada a infra-estruturas para acolher um grande número de veículos, transformarão decisivamente esta periferia da cidade. O Museu da Ria fica assim em pleno subúrbio salino, mas extremamente perto da cidade. A sua relevância como equipamento, ajudará a consolidar um pólo urbano especial.
A entrada de público não se encontra de frente para a alameda projectada pelo CEFA, mas sim lateralmente, usando a fachada que estará sempre em destaque desde os percursos de acessibilidade ao sítio. O pátio Sul foi assim pensado como ponto de encontro, convívio, actividades, jogos, e muitas outras possibilidades que sublinham a sua visibilidade.
O programa do Museu da Ria organiza-se em três grandes áreas:
. zona de acesso público : o auditório, a sala de exposição permanente, a sala de exposição temporária, a sala de exposições exterior, o foyer, a recepção/loja, a cafetaria.
. zona administração : sala do director, sala de reuniões, secretaria, sala dos funcionários.
. zona de serviços museográficos : sala preparação de exposições, oficina de restauro, sala de documentos, acervo de objectos, sala de recepção de peças e área técnica.
A sala de exposições exterior, é ao mesmo tempo uma área de exposição temporária. Expõe-se no exterior, durante um período de tempo, certos objectos relacionados com a exposição permanente ou com a exposição temporária, como por exemplo, um montículo de sal, uma escultura, etc.
Os percursos do público, iniciam-se e terminam sempre no balcão-atendimento-loja, nas imediações do bar e esplanada sobre a Ria. Os percursos de serviço, são independentes dos do público e iniciam-se e terminam na zona exterior de cargas-descargas. A acessibilidade de pessoas com dificuldades de mobilidade motivou o desenvolvimento do programa em apenas um piso.
A luz é muito importante nos Museus. Na Sala de Exposição Permanente a entrada de luz natural é feita através de clarabóias-lanterins individualizados viradas a norte. Na Sala de Restauro usam-se claraboias-norte de grande extensão, o que permite uma iluminação uniforme e intensa em zonas de trabalho minucioso.
Em todos os outros espaços, a iluminação natural acontece através de janelas, excepto nos espaços que não podem receber luz, como o Acervo, como a Sala de Documentos, como a Sala de Recepção de peças.
As fundações serão feitas por estacas, devido ao tipo de terreno.
O sistema estrutural genérico será em Betão branco, permanecendo como acabamento à vista no interior. Constitui-se assim simultaneamente o carácter das salas de exposição, como fundo neutro e luminoso.
Os espaços em zona de serviços museográficos, possuem paredes interiores de tijolo, para revestir a gesso projectado.
A cobertura será em zinco, no sistema camarinha, com excepção das faces das pirâmides que se revestem em pedra cor preta, como as fachadas exteriores.
Os pavimentos interiores: Sala de Exposição Permanente, Sala de Exposição Temporária, Auditório e salas de administração, são em soalho de madeira.
Foyer, Recepção/Loja, Sala exposição exterior e cafetaria, o pavimento é em ardósia preta.
Instalações sanitárias, cozinha e zona de serviços museográficos, o pavimento será em mosaico grés.
Todos os tectos interiores são suspensos em gesso cartonado. Nas salas de exposição, bar-recepão e auditório estes tectos serão acústicos absorventes.








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